Ao implementar uma loja virtual, a plataforma que sua empresa contratou virá com diversas funcionalidades nativas, correto? Como esse sistema não oferece tudo que seu e-commerce precisa, outras features precisarão ser contratadas e integradas por soluções terceiras.
Até aí, só comentamos o óbvio. O problema pode surgir, então, quando novas tecnologias são contratadas mesmo quando já estão disponíveis na plataforma o tempo todo.
É como se você resolvesse baixar um aplicativo que faz leitura de QR codes sendo que o app nativo da câmera do seu smartphone já faz isso.
Do outro lado, temos que considerar os casos intencionais quando rola uma compra adicional de uma coisa que você já tem acesso.
Por isso, resolvemos criar este texto para comentar quando faz sentido usar os recursos nativos de uma plataforma de e-commerce ou partir para os integradores.
??? O tema deste texto também foi pauta do terceiro episódio do podcast E-commerce ao Cubo, produzido aqui pela FRN³. Se você estiver a fim de ouvir para pegar uma visão mais aprofundada, é só apertar o play:
Fatores de comparação entre aplicações próprias e terceiras
Esse é um tipo de decisão que mexe diretamente com os custos envolvidos no desenvolvimento/evolução da sua loja e com a sua operação no dia a dia.
Ferramentas que são integradas a sua plataforma podem encarecer o projeto, mas, em contrapartida, podem otimizar os processos executados pelo seu time de e-commerce.
Já as funcionalidades nativas podem gerar uma economia de grana, energia e tempo com integrações, porém podem trazer limitações que afetam a operação.
Portanto, o melhor caminho para decidir entre um ou outro é comparando os seus pontos fortes e fracos. Para te ajudar nessa tarefa, selecionamos 5 fatores para monitorar.
Conhecimento sobre a plataforma de e-commerce
A falta de uma busca aprofundada por informações sobre a plataforma é um dos principais motivos para o lojista buscar, logo de cara, uma solução que não seja nativa.
Um exemplo comum é quando um cliente VTEX vai atrás de um integrador logístico sem saber que a plataforma já resolve esse problema dentro de casa.
Quando essa escolha não é consciente, cria-se um custo adicional que poderia ser evitado. No momento que a empresa perceber que tem duas ferramentas para executar a mesma tarefa, pode ser tarde. Afinal, ela possivelmente estará amarrada em um contrato ou em uma rotina com esse produto externo.
Então, não deixe de fazer o dever de casa e explore todos os recursos que você tem acesso na plataforma. Seja uma pessoa ativa no projeto desde o começo, sem depender apenas da agência ou dos demais parceiros para te alertar sobre esses pontos. No fim, a responsabilidade por manter as contas no verde é sua.
Integração entre os sistemas
Caso você ou sua equipe optem por usar uma solução externa, vale observar se existe uma integração disponível entre as ferramentas.
Afinal, uma empresa de tecnologia ou uma agência podem criar uma feature pensada inicialmente para Shopify, mas que ainda não se conecta com Magento.
Pode acontecer de a plataforma de e-commerce não suportar uma determinada aplicação externa. Muitas vezes, faltam APIs para fazer esses chamados, a integração precisa ser feita manualmente ou há uma incompatibilidade mais técnica (algo relacionado à linguagem de programação, por exemplo).
Então, essa é uma decisão que precisa ser tomada na hora de avaliar em qual solução de e-commerce sua loja será implantada. Caso deixe para depois, você deverá pensar em uma outra integração ou tentar conduzir esse processo manualmente com seu time interno ou agência parceira.
Experiência de uso
A familiaridade com uma ferramenta também faz diferença nessa avaliação de recursos nativos e externos.
Isso costuma rolar bastante em projetos de migração de plataforma. Se a experiência passada foi boa com, por exemplo, um gateway de pagamento, vai fazer mais sentido para o cliente lojista levar essa tecnologia com ele adiante. Ele não vai precisar passar por toda uma curva de aprendizado com uma solução nova.
Nessas horas, a conveniência tem um peso enorme. Contudo, é bom analisar a possibilidade de usar a feature própria da plataforma (aliás, a VTEX tem o seu gateway, que é o Payment Provider Protocol), principalmente se a integração der muita dor de cabeça ou se os custos forem mais interessantes.
Interface e usabilidade do aplicativo
Sabe aquela ferramenta complicada para achar uma determinada informação, que dificulta a edição de arquivos e que tem um tempo de resposta meio lento?
Então, esse pode ser um problema para empresas que optam por usar uma solução com base em critérios superficiais, como dinheiro, comodidade ou indicações furadas.
Imagine que sua empresa decida usar um módulo próprio da plataforma para gerir as integrações com marketplaces porque é mais barato (afinal, é recurso nativo). No entanto, ao ser apresentado para a tela da aplicação e começar os testes, você e sua equipe percebem que a exportação de catálogo para outros players é engessada ou que a visão sobre os pedidos, vendas e outras métricas é limitada.
Nesse caso, não tem outro caminho a não ser partir para a contratação de um integrador externo, como um seller center.
Dito isso, percebe-se que tem algumas decisões que só ganham força depois de experimentos. Logo, mesmo que você estude a plataforma de e-commerce e reconheça que ela oferece alguns recursos que evitariam terceirizações, pode vir a ser necessário trazer ferramentas de fora para que sua operação não fique limitada.
Limitações de funcionalidades
Falando em limites, o próximo ponto é entender o quão úteis as aplicações nativas e externas são para o seu e-commerce.
Para isso, vale refletir sobre alguns questionamentos:
- Aquele módulo nativo da plataforma vai entregar as informações que preciso no tempo que preciso?
- Uma solução especializada em uma funcionalidade (como recorrência, marketplace ou personalização) não vai me atender melhor?
- Mas e a performance dessa solução integradora? O tempo de resposta e publicação para alguma requisição que eu faça é rápido?
- Se eu fizer uma alteração na interface dessa ferramenta externa, como isso vai se refletir no painel administrativo da plataforma e no front end da loja?
- O quão customizável é a plataforma em relação a algumas de suas funcionalidades?
Quando você passa a ter uma dimensão mais real sobre o que você precisa e o que a tecnologia te permite fazer, fica mais fácil avaliar qual tipo de solução mais se adequa ao seu projeto.
Estabeleça premissas e ouça sua agência
As premissas são um caminho facilitador para quem já tem uma boa experiência com e-commerce. Se você já conhece o mercado, as plataformas e as tecnologias usadas na operação de uma loja, dá para formar um princípio daquilo que é essencial.
Por exemplo, para um OMS, você conseguiria definir quais informações precisam aparecer na tela para gerenciar os pedidos que chegam pelo site. Logo, se você entender que a plataforma de e-commerce já entrega uma interface completinha, dará pra cravar a inutilidade de trazer uma outra solução.
Agora, caso você esteja iniciando no cenário do comércio eletrônico, é legal ter o apoio da sua agência de implantação. Ela poderá indicar o melhor modelo de ferramenta para cada demanda e operar as integrações quando elas forem necessárias.
A agência, quando assume esse papel mais consultivo, pode ter uma função mais estratégica para o seu projeto, e é preciso explorar isso nesses momentos de incerteza. Afinal, é o seu investimento em dinheiro e tempo que está em jogo.
Portanto, quanto menos achismos e mais referências buscar para incrementar sua demanda, mais as suas contratações serão acertadas.